Ao escolher uma proposta, preste atenção no estágio da empresa

Quando uma empresa muda de um estágio para o outro, mudam também o que e como ela está produzindo, as necessidades dela e, consequentemente, o que busca em um executivo

Por Luiz Gustavo Mariano

No momento de analisar propostas para escolher qual empresa será o seu destino, os profissionais costumam utilizar como parâmetros: cargo (será um gerente? diretor?); escopo de funções; salário; benefícios indiretos; posição da empresa dentro do mercado em que atua, entre outros.

Mas há um critério que normalmente passa despercebido, mas que pode influenciar bastante no futuro mais imediato da carreira: o ciclo em que a empresa está. Na Flow, em que trabalho, chamamos isso de “estratégia & condições”.

O empreendedor e vice-presidente de produtos do Facebook Nikhyl Singhal, em sua newsletter, chama a atenção para a questão. “Não é apenas onde você está em sua carreira, mas também onde cada empresa está em seu desenvolvimento, o que pode te ajudar a dar um salto, ou quebrá-lo”, escreve o executivo.

Singhal montou um gráfico no qual divide as empresas em quatro categorias, de acordo com o momento estrutural de cada uma delas (o modelo é baseado em companhias do setor de tecnologia, mas pode ser aplicado para organizações de outras áreas).

A primeira categoria é “passo de bêbado”. Aqui estão as companhias em estágio “pré-produto”: elas não sabem exatamente como será o produto que vão desenvolver e têm de descobrir isso experimentando, errando, voltando atrás, corrigindo rapidamente e montando a estrutura operacional.

Na segunda categoria estão as empresas em momento de “ajuste de produto”. Elas já sabem como será o produto, mas precisam desenvolver processos, acertar a estrutura para que a equipe tenha estabilidade para chegar ao objetivo final.

O terceiro estágio é o do “crescimento”. Aqui há uma espécie de funil, porque não são muitas as empresas que conseguem chegar a esta etapa de maneira sólida. A demanda pelo produto está em alta e, por isso, os funcionários talvez estejam operando em um ambiente caótico para suprir esse aumento da procura. Mesmo nesse cenário, as melhores empresas ainda conseguem inovar –só que o crescimento, principalmente se for muito acelerado, por criar problemas e imprevistos.

Já o quarto estágio é o das “empresas em escala”, líderes de mercado. No segmento de tecnologia, alguns exemplos são Oracle, Microsoft, Salesforce –além de todas as Big Techs

São companhias já muito bem-sucedidas, com estrutura e processos já consolidados.

E, como aponta Singhal, quando uma empresa muda de um estágio para o outro, mudam também o que e como ela está produzindo, as necessidades dela e, consequentemente, o que busca em um executivo.

Por isso, quando for analisar uma proposta para mudar de emprego, é importante levar em conta não apenas como está a sua carreira, mas em qual estágio está posicionada a empresa.


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