As transformações do setor de Educação

Neste artigo abordamos como as transformações do setor de educação com o crescimento no mercado não regulado, nas modalidades de ensino a distância (online) e nos modelos híbridos estão mudando o mercado.

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A introdução de conceitos como o lifelong learning, ou seja, o aprendizado contí nuo, tem ajudado a formatar novos produtos. Além disso, o impacto das novas tecnologias está contribuindo muito para uma grande transformação. No entanto, o setor ainda está muito abaixo de países desenvolvidos quando tenta estabelecer políticas de financiamento públicas e privadas.

A atual crise pode acelerar essas transformações e impactar também no comportamento social de seus clientes. Diante deste cenário, gostaríamos de contribuir com as lideranças e outras companhias trazendo insights que possam ajudá-los a enfrentar os desdobramentos de curto, médio e longo prazo, gerando conteúdo de qualidade.


Para falar sobre as grandes mudanças e transformações no setor, recebemos nesse #FLOWebinar quatro CEOs de empresas de educação, Carlos Furlan do Pravaler, José Claudio Securato da Saint Paul, Marcelo Bueno da Ânima Educação e Pedro Graça da Uniasselvi.


Educação e futuro

O mercado como um todo passa por grandes transições em seu formato de consumo, e as mudanças no setor de ensino já são uma realidade há algum tempo. As instituições em geral têm investido em novos formatos de educação, saindo dos modelos convencionais para um formato híbrido, conciliando o tradicional ensino presencial com o ensino a distância. Além disso, saímos de um modelo vertical, hierárquico, linear, progressivo e disciplinado para um cenário horizontal, onde as prerrogativas são de um ambiente mais colaborativo, diverso, flexível e variável. Essa transformação, porém, se faz de forma ágil, vide o momento de crise pelo qual estamos passando, que nos força a encurtar o espaço de transição entre os modelos e acelera o processo.

Há uma mudança no formato de aprendizado e no papel do professor. Os alunos normalmente estudam antes os materiais recebidos (majoritariamente de forma digital) e trazem para a sala de aula as dúvidas e debates sobre o assunto, sendo o professor uma figura de extrema importância no direcionamento e mediação.

A vida educacional era distinta antigamente. As pessoas espaçavam mais seus estudos, muitas vezes parando ou tendo longo período após a faculdade. Vivemos hoje uma realidade diferente, pois vemos que o ensino acompanha os profisionais pela vida toda de forma contínua e, muitas vezes, ininterrupta, conceito chamado de lifelong learning. Porém, o viés de busca por conhecimento mudou e surgiu a ideia de que cada um é protagonista de seu aprendizado e deve entender quais são os formatos e prazos que lhes cabem melhor. O grande desafio das instituições é como personalizar este ensino, assegurando que os alunos de fato estejam consumindo aquilo que é de seu interesse e necessidade. É necessária uma individualização e abrangência de opções, além de proximidade e direcionamento, independentemente da configuração, seja ela presencial ou digital.

O lifelong learning de antigamente é distinto do que vivemos hoje. Na busca por personalização, algumas instituições inserem o uso de inteligência artificial, que auxilia o aluno a entender qual o conhecimento ele já tem e o que deseja aprender, além de avaliar sua personalidade, que demonstra qual é a melhor orientação de aprendizado.

Economia e financiamento

Presente nos Estados Unidos desde as décadas de 1950 e 1960, o financiamento estudantil é hoje o segundo maior tipo de financiamento, perdendo apenas para o imobiliário. No Brasil há alguns desafios. O primeiro é lidar com o crescimento orgânico, inclusive analisando os erros do mercado norte-americano, que acabou concedendo mais empréstimos do que deveria, sofrendo algumas consequências de balanço. O segundo se referente à penetração de mercado.

No Brasil o financiamento estudantil ainda conta com uma penetração muito baixa, sendo necessário criar histórico e fomentar o mercado para aumentar o conhecimento a respeito. Contudo, ele vem ganhando força e o próprio mercado de capitais passou a acreditar mais no setor. Hoje é possível viabilizar capital de longo prazo para as instituições de ensino e para os alunos. À medida que se cria histórico, é possível atingir mais recursos.

Empresas de financiamento estudantil também passam por uma transformação, acompanhando o setor. Isso tem acontecido por uma mudança de mentalidade e consequente abrangência de serviço. Os portfólios, anteriormente desti nados apenas para graduação, estão sendo incrementados com outras opções que acompanham o momento de vida do aluno, como cursos digitais, pós-graduação, cursos técnicos e até mesmo intercâmbio.

O momento para o mercado é delicado. Atualmente as instituições demandam bastante antecipação de recebíveis por conta da inadimplência e, também, pela perda de alunos.

O cenário de educação no Brasil

Analisando o passado, vemos que o Brasil de fato não fez a lição de casa quanto ao mercado de ensino. Quando analisamos o ranking mundial, o Brasil ocupa posições que mostram claramente sua fragilidade. Dentre todos os desafios enfrentados pelo setor, o mais grave é a discrepância entre a realidade para o setor público e o privado vivida no Brasil. Um dos aspectos que exemplifica isso bem é a delicada questão do “problema de inversão”. Isso signfica que a grande maioria das pessoas que estudaram de graça no ensino médio tendem a pagar pelo ensino superior, enquanto boa parte das vagas nas universidades/faculdades públicas são preenchidas por pessoas que estudaram em instituições privadas. Outro ponto importante e latente no momento é o fato de que, enquanto as instituições privadas conseguiram se adaptar e passar para o modelo de ensino digital durante a crise, temos a grande maioria das públicas fechadas por falta de recursos.

Conclusão

As transformações do setor de educação estão sendo aceleradas pela crise do mercado de ensino que já era realidade há algum tempo. A mudança para formatos mais híbridos, conciliando ensino presencial e digital, vem se tornando o novo modelo. Os alunos assumem maior protagonismo em seu aprendizado, buscando formatos personalizados, que geram para as instituições o desafio de auxiliar e analisar quais os modelos que melhor atendem cada um. Ferramentas de tecnologia e inteligência artificial se tornam grandes aliadas, abrindo espaço para esta nova realidade. O presente momento evidencia ainda mais a precariedade de acesso à educação no país e deveria servir de combustível para que providências sejam tomadas. Empresas de financiamento privado ganham força e passam a ser mais acessadas. Porém, juntamente às instituições, essas empresas vivem desafios em relação ao ganho de mercado e à fidelização dos alunos que, muitas vezes, por falta de capital, abandonam os estudos.

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