Em linha com ações de diversidade recentes, B3 lança índice com foco em raça e gênero

Por: Camila Junqueira, sócia da Flow Executive Finders 

A semana começou com uma boa notícia para o mercado. A bolsa de valores brasileira lançou, nessa terça-feira (15), o índice Idiversa B3, que abrange empresas que cumprem critérios de diversidade de gênero e raça. Esse mapeamento vai do quadro de funcionários ao conselho de administração das empresas listadas, e tem como objetivo metrificar o desempenho financeiro das empresas que saem na frente nos quesitos de gênero e raça, em comparação as que não atendem os mesmos critérios. 

Para estar apta a integrar o índice, a empresa deve ter - pelo menos - uma mulher, pessoa negra ou indígena no conselho de administração e na diretoria estatutária, regra que interfere diretamente na governança. 

A pontuação da empresa no Idiversa B3 aumenta conforme existem mais pessoas diversas ao longo da hierarquia, envolvendo líderes e não-líderes. A regra, portanto, coloca essas organizações em um patamar importante da execução das boas práticas de governança e exemplifica que a diversidade tão pregada pelo mercado saiu do papel. 

Essa ação faz parte de outras já lançadas anteriormente com foco em práticas ASG (ambiental, social e governança) como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), reformulado em 2021, e o Great Place to Work (GPTW), que apoia os investidores nas decisões de investimento com viés para empresas que trazem para o centro de debate a relação entre as pessoas e o desenvolvimento dos funcionários, gerando também um impacto positivo nos negócios.

Com base nessas regras, 75 empresas listadas na bolsa já fazem, automaticamente, parte do Idiversa B3, e representam dez setores da economia. No ranking das 10 mais diversas estão:

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A carteira será revisada a cada quatro meses, então as empresas terão a chance gerar uma transformação em seus cargos de gestão, fazendo com que tenham a oportunidade de se destacar no índice. Esta ação é extremamente importante para deixar a iniciativa “viva” e estimular o progresso contínuo das ações de diversidade. 

Como headhunter, fico extremamente animada com mais esse passo positivo do mercado de capitais nacional, que evolui cada vez mais em busca de um cenário igualitário. Não há mais tempo a perder. 

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