Em pesquisa, CFOs avaliam que eficiência e renegociação de dívidas são os focos da agenda

Por: Igor Schultz, sócio da Flow Executive Finders

É fato que o cenário tributário e fiscal do Brasil é único se comparado a outros países do mundo. Não é à toa que empresas multinacionais que se estruturam no Brasil tem como prática fazer a contratação de profissionais de finanças nativos, que tenham bagagem anterior em organizações nacionais que os tenha propiciado o conhecimento dos fluxos e regras fiscais locais. Este panorama já seria o suficiente para trazer desafios aos CFOs brasileiros, mas os dados macroeconômicos atuais do país elevou ainda mais o nível de dificuldade para a atuação desses profissionais. Neste momento, encontramos um cenário de alta da inflação, mantenimento dos juros elevados, aumento dos custos em toda a cadeia do negócio e maior dificuldade em acesso ao crédito. Combinado que, obviamente, afetou a margem de lucro de muitas companhias no primeiro trimestre e a ânsia agora é de uma volta por cima para que esses líderes consigam fechar o ano das empresas no azul. 

Para entendermos melhor as expectativas dos CFOs, a Flow Executive Finders fez uma pesquisa com CFOs brasileiros no último mês de maio, a fim de entender quais são os principais desafios da cadeira neste momento. Desta amostra qualitativa, percebeu-se temas que se mostravam comuns no desafio das agendas desses executivos. Sendo eles, por ordem de prioridade: 

1.    Gestão de Caixa
2.    Eficiência operacional 
3.    Pessoas
4.    Estratégia do negócio
5.    Custos

Percebe-se que dentro deste âmbito os CFOs precisam se adaptar à necessidade de tomar ações quase que imediatas, a fim de tornar o cenário mais previsível até o final deste ano. Um dos primeiros passos percebidos é a necessidade da eficiência operacional, feita com a ajuda da tecnologia, visto que a tendência são times ‘menores e melhores’, com profissionais mais seniores e com bagagens importantes de mercado. 

Outro tema que está na ponta da língua desses profissionais é a renegociação de dívidas, estratégia necessária em um momento de escassez de crédito e apetite para o investimento em novas frentes de negócios. E, para tocar esta agenda, observo que as empresas têm procurado por CFOs que já tenham passado por momentos de transformação nas empresas nas quais atuaram, principalmente em remodelagem de estrutura de capital, recuperação de empresas, venda de ativos e diversificação de negócios.

Embora todas as incertezas citadas, o cenário é acolhedor para os executivos que possuem essa bagagem anterior e pretender trabalhar com afinco para entregar resultados ao final de 2023. 

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