A segurança cibernética como parte do produto

Uma vez que a tecnologia está presente na operação das empresas e nos produtos e serviços oferecidos ao consumidor final, a segurança cibernética passa a ter um nível de importância muito maior. Por mais que seja fundamental a constância no oferecimento de novos produtos a fim de encantar os clientes, as empresas devem colocar em primeiro lugar a cibersegurança, uma vez que falhas neste quesito tem o poder de colocar em xeque a reputação e valor de uma organização. 

Devido ao poder dessa repercussão no negócio – e no caixa -, o papel da segurança da informação se tornou primário na área de produtos, uma vez que deve ser o primeiro passo sua criação. O primeiro passo, portanto, é a análise de riscos envolvida nesse novo projeto, olhar que vai além de fatores clássicos como escalabilidade e custo de produção/viabilização. Este posicionamento traz uma mudança de mindset, uma vez que produtos digitais até pouco tempo atrás tinham sua segurança aperfeiçoada ao longo do processo de utilização pelo consumidor final, quase que em um processo de tentativas e erros. 

Atualmente, os executivos de cibersegurança chegam na frente ao serem responsáveis por criar cenários preditivos em relação a ataques e demais fatores que poderiam ameaçar o projeto, ainda em fase embrionária. Esta é, na verdade, uma batalha corporativa visto que, muitas vezes, a aplicação de forma reativa dos controles de segurança cibernética pode ser exigida em nome da rapidez das equipes de desenvolvimento. Mas como seria possível proteger o que não é conhecido ou minimamente testado? Tudo se torna uma surpresa. 

Com isso, é possível entender que ao iniciar a criação de um produto/serviço levando em conta primeiro sua segurança, evita que mais à frente existam percalços relevantes no funcionamento e relevância do produto no mercado, além de evitar custos como a necessidade, por exemplo, de um recall. Para isso, o time de segurança cibernética deve trabalhar em conjunto com o time de design, a fim de garantir a união de recursos e habilidades. 

Por fim, esta dinâmica cria valor para o produto no âmbito comercial, indo além da simples avaliação de conformidade ou de riscos, trazendo a verdadeira inovação, a que é preditiva. 

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