O varejo omnicanal e o conceito de prateleira infinita

O avanço das compras online nos últimos três anos mexeu com a estrutura das lojas físicas, movimento que afetou desde o pequeno comércio até o grande varejista, uma vez que o cliente – agora adaptado à comodidade das compras via internet – passou a encarar sua presença na loja como uma experiência. De acordo com a mais recente pesquisa global da PWC sobre consumo, 43% dos consumidores brasileiros ainda prefere realizar suas compras nas lojas físicas, o que obriga as empresas a se adaptarem às novas exigências de seu público consumidor.

Esse movimento entre o físico e o digital ganhou o nome de “figital”, que nada mais é do que um ambiente híbrido que abarca a facilidade da tecnologia junto com as sensações que só o ponto físico pode proporcionar. São cheiros, cores, dinâmicas e uma qualidade de atendimento que apenas o universo físico ainda pode oferecer. Com isso, não basta oferecer o mesmo que seria encontrado pelo consumidor no e-commerce, é necessário promover no ponto físico um processo de encantamento do cliente, no qual ele fique imerso no conceito da marca e tenha contato sensorial com os produtos.

Neste mesmo cenário surgiu o conceito de “prateleira infinita”, que fala sobre vender um produto que não está disponível em estoque, ou seja, sempre que o consumidor for em busca do que deseja, irá encontrar. Essa dinâmica só é possível quando a estratégia omnichannel está em um perfeito funcionamento que significa que todos os canais de venda estão interligados. Com isso, abordamos abaixo três ferramentas que são fundamentais para a adesão ao conceito de “prateleira infinita”.

E-commerce

A integração do canal digital com o físico (omnichannel) é o primeiro grande ponto de partida, para isso um sistema ERP é fundamental para que as informações se integrem em tempo real, a fim de facilitar o trânsito e controle de mercadorias, uma vez que o mesmo produto pode ser adquirido em qualquer um dos canais.

Transporte e logística

O alinhamento do estoque com o fluxo da transportadora garante uma melhor operacionalização de armazenagem e expedição, bem como pode contribuir para diminuir custos e um melhor nível de serviço.

Métricas

O indicador da taxa de conversão é um excelente dado para medir a eficiência da prateleira infinita, bem como o rastreamento da compra: prazo de entrega, local de retirada, custo do processo, satisfação final do consumidor.

Embora vista como uma forte tendência no varejo, o conceito da “prateleira infinita” exige maturidade das empresas, o que ainda pode estar distante do dia a dia da gestão. Segundo o Relatório Varejo 2023, apenas 29% dos varejistas brasileiros utilizam sistemas que integram informações de venda online e lojas físicas. Apesar disso, o estudo mostra que os varejistas estão se planejando para mudar esse cenário: 30% dos entrevistados estão começando a investir em ferramentas omnichannel e 38% estão pensando em investir.

Sua empresa já mapeou esse movimento de mercado? Seus executivos estão prontos para estes desafios?

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