O modelo Banking as a Service (BaaS) vem se consolidando no Brasil e já representa 73% desse mercado na América Latina. Trata-se de uma tecnologia que permite que qualquer empresa possa oferecer produtos financeiros independentemente do ramo em que atue, movimento também chamado de embedded finance. A solução permite a uma empresa oferecer funcionalidades bancárias por meio de APIs (Application Programming Interface) de forma personalizada e acessível aos clientes da empresa contratante a qualquer tempo ou local. 

Atualmente, 41% dos bancos afirmam que possuem o modelo de banking as a service como oferta de negócio, sendo esse grupo composto, em sua maioria, por bancos privados e de maior porte, de acordo com a última edição do Anuário Brasileiro de Bancos, feito pela Cantarino Brasileiro. A pesquisa foi realizada de março a maio de 2023 e contou com a participação de 17 instituições classificadas pelo Banco Central como B1*. 

Eleito como uma das maiores tendências de 2023 no evento Febraban Tech, o BaaS vem consolidar a visão de “banco como serviço” e facilita a rotina da empresa consumidora, uma vez que lhe é permitido operar com produtos bancários sendo que toda a infraestrutura de segurança é garantida por uma outra instituição, que já possui experiência no setor.

Já para a instituição financeira, fornecer esse serviço é vantajoso ao promover geração de receita, aumento da eficiência operacional, além de captar insights sobre os hábitos de compra e investimento dos seus clientes.

Inovações

O crescimento da solução também traz melhorias, que visam baixar custos e aumentar a eficiência. Entre as inovações para o BaaS está o crescente aumento da adoção de uma nuvem pública, que possibilita a integração de aplicativos em diferentes níveis de acesso o que torna a busca por informações mais ágil, sem ferir qualquer conformidade regulatória. Outro fator positivo é a economia em custos de manutenção, já que para operar o armazenamento em nuvem não carece de infraestrutura física.  

No quesito eficiência, para um melhor atendimento do cliente, a inteligência artificial também será aliada no uso dos chatbots. Antes voltados para o aprendizado do usuário em uma via única, a AI fará com que a máquina aprenda com a utilização dos usuários e crie melhores experiências para cada caso a ser solucionado, ou seja, oferecendo um suporte mais eficiente e interativo.

Como é possível observar, as rápidas transformações em tecnologia bancária são uma realidade de mercado e já estão na agenda dos conselheiros e executivos do setor, em especial os que lidam com tecnologia e inovação, que devem estar preparados para adiantar soluções que tragam maior competitividade. O setor está alta, visto que o investimento dos bancos em tecnologia chegou a R$ 34,9 bilhões em 2022, um crescimento de 18% em relação a 2021, segundo levantamento da Febraban, em parceria com a Deloitte. Agora, para 2023, a expectativa é de crescimento ainda maior, podendo chegar a 29%, superando o valor de R$ 45,1 bilhões.

* individual do tipo banco comercial, múltiplo com carteira comercial ou caixas econômicas e conglomerado composto de pelo menos uma instituição do tipo citado.