Tendências tecnológicas que norteiam a estratégia dos bancos: aplicativos

O Brasil é o quinto país com o maior número de usuários de smartphones no mundo, são 118 milhões de usuários ativos, de acordo com dados da The World Bank e Statista. E, a fim de atender a esse imenso público, os bancos trabalham incansavelmente na modernização de seus produtos e serviços que podem ser acessados via dispositivos móveis.

Os aplicativos de instituições financeiras tiveram um boom de utilização em meados de 2015, quando passaram a corresponder por 21% do total de transações, sendo que um ano antes representavam apenas 11%. Na época, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) classificou a aceleração como “extraordinária” e afirmou que nunca registrou “um salto tão grande em tão pouco tempo”. Mesmo com o crescimento, a utilização de apps ainda ficava atrás do internet banking, que correspondia a 37,5%. Cenário que foi alterado em 2016, quando o ‘mobile banking’ assumiu a dianteira.

Essa mudança de hábito do consumidor gerou uma grande transformação no setor, que aumentou seus esforços em tecnologia a fim de levar as melhores experiências para os clientes e desafogar o fluxo das agências físicas. Em 2017, foram realizadas, por segundo, mais de 800 operações por meio de apps bancários, um total de 25,6 bilhões. Ainda de acordo com a Febraban, a contratação de empréstimos pelo celular cresceu 141% no período.

Em 2020, ano do início da pandemia de Covid-19, as instituições financeiras investiram R$25,7 bilhões em tecnologia, tornando-se o segundo maior investidor em tecnologia no Brasil (14%), atrás apenas dos governos (15%). Já a previsão de investimento para 2023 é de R$ 45 bilhões, sendo esse montante dividido entre inteligência artificial (75%), cloud pública (75%) e blockchain (50%). Com esses números, o Brasil segue uma tendência global, no qual 11% do PIB da tecnologia vem do setor bancário.

O avanço da tecnologia exige segurança

A pandemia acelerou ainda mais a utilização de apps bancários pela população brasileira, que se viu obrigada a utilizar os meios digitais em meio a períodos de isolamento. E, justamente nesse período, as fraudes a esses sistemas dispararam seja por meio de softwares maliciosos, engenharia social ou phishing. Esses tipos de golpe mais do que dobraram entre o segundo semestre de 2020 e os primeiros seis meses de 2021 (+165%), gerando um custo total de R$2,5 bilhões, e não pararam de evoluir.

A fim de combater os golpes que pulverizam os lucros das instituições e geram frustração para a população, medidas vêm sendo tomadas. Até 1º de novembro de 2023, as instituições financeiras e demais autorizadas a funcionar pelo Banco Central (BC) passarão a ter que compartilhar entre si dados e informações sobre fraudes no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

Será necessário o repasse de informações como:  identificação de quem teria executado ou tentado executar a fraude; a descrição dos indícios da ocorrência ou da tentativa de fraude; a identificação da instituição responsável pelo registro dos dados e das informações; e a identificação dos dados da conta destinatária e de seu titular, em caso de transferência ou pagamento de recursos.

Já a Febraban lançou, neste mês de julho, o projeto Academy que tem como missão angariar recém-formados para atuar em segurança cibernética no meio bancário, com o objetivo de preparar esses novos entrantes do mercado para lidar com os desafios que se apresentam e serem preparados para lidar com ameaças futuras, no formato de prevenção.

Com base nesse cenário, quais são as estratégias da sua empresa para combater as fraudes nos próximos anos?

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