Onboarding como vantagem competitiva do CEO

Por: Luiz Gustavo Mariano, sócio da Flow Executive Finders 

Durante o primeiro semestre deste ano, tive a oportunidade de acompanhar o processo de decisão de diversos executivos C-level e alguns CEOs que optaram por mudar de empresa, seja em busca de uma maior remuneração ou pelo desafio de negócio que a nova casa enfrenta. Nesse contexto, pude refletir sobre boas práticas que podem levar esses profissionais a terem um início mais estruturado, visando a captura do valor esperado de maneira mais imediata.

Ou seja, o processo de onboarding do profissional é o primeiro passo para que a empresa obtenha o retorno do investimento feito e marque o início das transformações necessárias para o negócio.

Dito isso, esse processo deve ser revisado pelo CEO em conjunto com o departamento de Recursos Humanos para que se torne uma arma poderosa, e não apenas um protocolo de boas-vindas e networking interno. 

Abaixo, confira o framework que pode ser utilizado para a criação estruturada desse processo de chegada em uma organização:

1-    Visão completa do negócio
O primeiro passo para uma imersão no negócio é o profundo conhecimento de todas as engrenagens que o compõe. Ou seja, deve-se mapear a jornada completa do produto/serviço: diferenciais, proposta de valor, pessoas, funções e governança. Esse é o chamado mapa de valor da empresa, que possibilita a visão das reais alavancas de valor do negócio e suas possíveis vertentes. 

2-    Cadeia de valor 
Ainda no processo de estudo do negócio, deve-se mapear a concorrência para que seja possível extrair o diferencial e proposta de valor de cada um dos players. Desta forma, entender a cabeça do cliente se torna um processo mais fluido e a tomada de decisão de compra pode ser materializada.

3-    Momento atual
Uma vez conhecida a jornada de compra e modus operandi do cliente, é possível diagnosticar se o modelo atual corresponde às necessidades do consumidor final.

4-    Olhar futuro
Qual estratégia pode ser traçada com base no diagnóstico traçado? Existem possibilidades de melhorias que possam já gerar impacto no objetivo final?

5-    Investigação 
Tendo em mente o objetivo final de melhoria, é ideal que seja iniciado um mapeamento das áreas e pessoas envolvidas, bem como seus rituais de gestão, tomada de decisão. Pergunte e escute cada um dos envolvidos para que seja possível, com base nos depoimentos, criar um plano de ação. Tendo como base as melhores práticas do mercado.

6-    Prática e metrificação 
Ao dar o start na execução das mudanças necessárias, é fundamental que as mudanças sejam metrificadas com o objetivo de mensuração de resultados. Os números não mentem e, inclusive, são ótimos aliados para demonstração de valor do trabalho executado.

O roteiro é relativamente simples e pode ser adaptado a diferentes níveis hierárquicos, gerando valor para todas as áreas do negócio.  

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